Empresas portuguesas têm menos de quatro meses para se tornarem mais acessíveis

Entrevista, Diário de Notícias

Lei Europeia da Acessibilidade terá de ser cumprida por todos a partir de 28 de junho e Portugal está atrasado. Falta consciencialização dos benefícios da acessibilidade e usabilidade dos sites.

Quem entrar no site da Presidência da República Portuguesa perceberá que, além de ler, pode ouvir as últimas notícias, a biografia do Presidente, as suas iniciativas, condecorações e outras informações relativas ao Palácio de Belém. A ferramenta faz parte da estratégia de acessibilidade e usabilidade do site da Presidência, com garantia de conformidade com a Lei n.º 83/2018 que regula o tema. Uma versão áudio também está disponível no site do Parlamento. A partir de 28 de junho, não são só as instituições públicas que terão de garantir a acessibilidade dos seus produtos digitais; todas as empresas a operar na Europa terão de o fazer.

É o que ordena a Lei Europeia da Acessibilidade, uma diretiva que pretende harmonizar os requisitos nos países da União, que até agora tiveram regras mais ou menos divergentes. A Comissão Europeia defende que esta harmonização trará benefícios às empresas, já que terão menos custos a garantir a conformidade em cada país, com comércio transfronteiriço mais fácil e mais oportunidades de mercado para serviços e produtos acessíveis. Mas as empresas que não fizerem as alterações necessárias estarão sujeitas a coimas (valores ainda por definir) e a processos de utilizadores que sejam lesados. E em Portugal, o cenário não é muito animador.

O Observatório Português da Acessibilidade Web, que tem 37 diretórios e analisa 123.838 páginas, mostra que ainda há muito a fazer para chegar a níveis satisfatórios de acessibilidade – há sites que não atingem sequer o nível básico A.

Entre os privados é ainda pior, como explica ao Dinheiro Vivo o especialista em acessibilidade e responsável de UX (Experiência do Utilizador) na Xpand IT, Carlos Neves.

Leia aqui a entrevista na íntegra.